domingo, 6 de outubro de 2013

Subi na árvore e vi tudo diferente
Vi a semente no chão brotando

Vi pássaros bicando frutos
e frutas ao alcance das mãos

Vi também o triste homem passando com o facão
e de medo me encolhi

O vento soprou, balançou os galhos
e me deu coragem

E eu continuei em cima da árvore
E vi crianças correndo ao redor do tronco

E vi velhinhos regando a raiz
e passarinhos cantando bobos

Vi namorados descansando na sombra
e deixando o tempo passar

Vi todo mundo menor que árvore e
Vi que eu era mais feliz em cima de lá.

Juliana Muniz


O cotidiano me sufoca

Estico, escolho
e ainda não sei o que tenho que mudar

Ou será que sei
e só me falta coragem?

Mentir pra si mesmo
é como amarrar uma venda nos próprios olhos

Mas, a poesia é o caminho
que me guia a minha verdade

Hei de me livrar do que oprime
Hei de ser livre!


Há tempos que seco por dentro
Nesses, a poesia não me visita

Em vão a procuro
tento escrever
Mas, nada flui

Vejo o mundo cinza,
é o inverno do poeta

Tão triste
esses dias...

Tudo emudece em mim
alma em silêncio,
papel em branco...

Esperançosa
espero
Como uma moça do interior
debruçada na janela

Espero...
Que a  musa poesia
floresça meus olhos novamente!

Juliana Muniz


domingo, 15 de setembro de 2013

Tempos soturnos
Que nos afastam de nossa natureza

Tempos  capitais
Engrenagens infernais

Propriedades
Plásticos, aço e ferro

Tempos medonhos
Homens tristonhos

É preciso cantar
Pra alma livre aluar...
Cio, Lua e poesia
Magia, magia...

Música, vida e arte
Pra vencer esses tempos...

É preciso verde,
Amigo,
Sorrisos,
Mar e cachoeiras

É preciso força vital
Irmandade
Comunidade , coisa e tao...

É preciso a mão e o pão
Pra construir dentro desse tempo-aço-capital
Um outro tempo de luz-força-vital!

É preciso um arco-íris de proteção
Um refúgio
Uma canção
É preciso, irmão
É preciso, irmão...

Juntos pisar o barro
Cantar, dançar o coco
E tapar a taipa
Cobrir o teto com palha
Conversar na varanda
Deitar na rede
Tocar violão em roda
Acender  fogueira
Amar ao luar

E cantar e cantar e cantar...
Pois, quem canta esses tempos sinistros espanta!

Juliana Muniz


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Minha loucura está agarrada aos meus pés,
se esconde debaixo da cama...
Pega a viola,
embola e canta!

Juliana Muniz